quarta-feira, 16 de abril de 2008

E hoje em dia como é que se diz eu te amo?


Desde que nasci, vivo com dívidas. Dívidas de gratidão. Dívidas de reconhecimento. Dívidas que me incentivam a tentar fazer história, nem que seja escrevendo neste meu cantinho, lugar o qual chamam de blog.

Mas, diga-me, como vai você? E a família, todos bem? Escola/faculdade/trabalho, tudo na mais perfeita ordem? Espero que sim. Mas, qual a definição de ‘tudo bem’? ‘Tudo’ é uma palavra muito ampla, generaliza por demais. Ok, ok, quanto exagero. Perguntar não ofende e a boa etiqueta exige, correto? Claro, não discordo. Se me perguntam isto também darei a resposta-padrão, mas a verdade é que, raríssimos casos, ninguém está totalmente bem. Os motivos são os mais diversos: problemas amorosos (incluam-se ‘rolos, peguetes’ e outras denominações as quais não me recordo), familiares, acadêmicos, profissionais, patológicos, etc. Mas, enfim, ninguém precisa estar 100% para ser feliz, embora os pessimistas de plantão preguem em seus livros de auto-ajuda (estes autores partem da premissa de que todos precisam de sua ajuda ‘profissional’ quando eles próprios costumam precisar mais que nós) o contrário.

Muitos dizem que para uma pessoa ser feliz por ‘completo’ ela deve ter um bom emprego, um bom namoro/casamento, ter uma conta bancária ‘razoavelmente boa’ (no mínimo, óbvio), dentre outras tantas ‘dicas’. Mas, lhe pergunto: qual vida é 100% excepcional, um mar de rosas? Até acredito que existam, pois se não assim pensarmos quebra-se magia e perde-se o encanto e, uma vez quebrado, você pode até colar, mas sempre será um ‘quebrado-colado’! Sabem qual a maior causa de divórcios do Brasil, segundo pesquisa feita pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) cruzando dados do IBGE com o de cartórios? Dinheiro, ou melhor, a falta dele. Sim, money, din-din, bufunfa. Na primeira (ou segunda, terceira...) crise financeira de um casal (independente se dele ou dela) o casal já se desgasta, fica com vergonha de sua situação, dentre outros, e ali acaba uma bela história, só que sem final feliz. Evoco um pensamento do psiquiatra e escritor Augusto Cury:

“O dinheiro pode nos dar conforto e segurança, mas ele não compra umavida feliz. O dinheiro compra a cama, mas não o descanso. Compra bajuladores,mas não amigos. Compra presentes para uma mulher, mas não o seu amor.Compra o bilhete da festa, mas não a alegria. Paga a mensalidade da escola, masnão produz a arte de pensar.Você precisa conquistar aquilo que o dinheiro não compra. Caso contrário,será um miserável, ainda que seja um milionário.”

Mas que raios eu quis dizer com essa baboseira toda de pesquisa? Relaxa e goza que tô chegando lá, ok? Ok! Conclui-se que o que falta nas relações não é dinheiro, seja a falta ou o excesso, mas sim falta DEUS na vida e mente dessas pessoas, pois se O tivessem em seus corações saberiam que, antes de serem amantes, devem ser amigos, pois são os amigos que aparecem e se ajudam em todos os momentos , bons e ruins (na alegria e na tristeza!). Chegamos ao ponto do absurdo de pessoas dizerem que não devemos tratar as pessoas muito bem, que devemos destratar um pouco, ‘pisar’. Mulher de malandro? Depois as mulheres dizem que os homens não as tratam como devem. Recentemente li uma reportagem que relatava a fala de uma das participantes do BBB: “Carinho a gente recebe de pai e mãe, homem tem de dar é porrada na cama.” Diante disso, o que restará para nós?

Nas últimas semanas, não sei se por coincidência ou por acaso, várias vezes o amor esteve presente nas conversas. O amor ou a falta dele, na maioria das vezes. No horário de almoço, no barzinho da quinta-feira... às vezes faziam parte do assunto os casamentos fracassados, os mais ou menos sucedidos, os amantes, os casos de amantes ou de amor surgidos na empresa, as brigas de casais.

Nos últimos tempos, não consegui ouvir nem um relato feliz de amor. Será que estou rodeado por pessoas infelizes ou amores bem sucedidos estão cada dia mais raros?
Amores traduzidos em sexo barato, numa escada do shopping ou no banheiro de uma empresa. Brigas entre casais por divergências de opiniões. Mulheres casadas dizendo que sonham com um grande amor. Homens solteiros se divertindo com o desastre de casamentos ou namoros alheios. Namoros arrastados pela desesperança de encontrar um grande amor.
O que está faltando para nós?

PS: O título deste post é o refrão da música ‘Vamos fazer um filme’ – Legião Urbana.

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