quarta-feira, 30 de abril de 2008

Higiene Mental



Como é difícil romper um relacionamento!

Aquela pessoa que você amava mais que a si próprio. Aquela pessoa que costumávamos colocar em um pedestal, e que dizia que nos adorava também, nos deixou!

Simples assim, sem mais nem menos. Para você, claro, por que ela deve ter tido os seus motivos, que por sua vez já lhe foram passados, mas você, orgulhoso(a) não quis aceitar que tal motivo, fizesse seu mundo cair. Só pelo fato dela ter um motivo, por mais banal que seja, já basta, afinal, ninguém é obrigado a amar ninguém, e se obrigado fosse, tampouco conseguiria.

Tudo aquilo que você planejou com aquela pessoa, os sonhos, viagens de verão ou inverno, fim-de-semana com a família no sítio, tudo, tudo, se vai por água abaixo. Também aquilo que você teve que engolir só para agradá-la (muitas vezes com o maior prazer) de nada adiantou. Que tristeza!

O dia seguinte então?! É daqueles que a gente não precisaria e nem queria ter acordado. Como pode uma pessoa só, trazer tantos transtornos em todos os aspectos da nossa vida?

Parece que nada que seja feito nos ajude nessa hora. O universo parece conspirar para que você não a(o) esqueça! Os pássaros cantam musicas que vocês escutavam juntos, as nuvens escrevem o nome da pessoa no céu, caem mais estrelas cadentes que a NASA pode contar, só pra você fazer pedidos de volta com seu verdadeiro amor! Que vida cruel! E agora?!

Besteira. O mundo não pára se você se lamentar.

A verdade é triste e dói, mas é a verdade! E você terá que aprender a conviver com ela!

Mas, o que fazer pra conviver e sobreviver a essa parte tão difícil da vida de nós, reles mortais?

Comece acordando mais cedo que o habitual.

Ao invés de café, experimente um suco de laranja. Ao invés de ver telejornais de manhã cedo, coloque aquele cd ou mp3 que você tanto gosta. Os telejornais são deprimentes por natureza (embora este que vos escreve seja viciado em jornais de qualquer espécie!).

Acordou muito cedo, e agora não tem mais o q fazer além de lembrar-se da pessoa? Aproveite esse tempo de sobra e vá até a praia dar uma corrida. Transforme isso em um hábito.

Caso fume, largue o cigarro! Eu sei, o momento é propício para aumentar consideravelmente o número de cigarros fumados ao dia. Mas tente! Surpreenda-se! Cada dia um pouco mais.

Termine aquele livro pela metade!

Pule de bungee jump. Sinta medo e vença esse medo.

Tome uma dose de adrenalina duas a três vezes por dia e no mínimo mais um de endorfina!
Vicie-se nisso.

Faça aquela janta e convide seus melhores amigos, assistam a um filme, joguem baralho, conversem, dêem risadas! Exagere nisso.

Tome um cálice de vinho por dia. Não se esqueça, vinho faz bem ao coração. Mas não exagere. Pelo menos não todos os dias.

Viaje, vá ver o mar!

Compre uns ingressos pro teatro. Vá assistir àquela peça chata que só você gosta.

Abuse das coisas que você sempre quis abusar!

Se permita!

Faça tudo aquilo que você sempre quis mas não pôde, por que estava ocupado(a) demais, acariciando o ego de alguém ou até mesmo o seu próprio.

Vá de encontro com as suas verdades. Dói cutucar as feridas, ninguém aqui disse o contrário!

O processo de esquecimento é dolorido e não tem prazo de validade, a menos que você, que é o único que tem poderes para isso, o estipule.

Além de ver com os próprios olhos que esse processo não mata, você vai aprender a respeitar a si mesmo(a), a gostar mais da sua própria companhia.Você vai dizer não para algo que não te faz bem, não por causa do orgulho e sim por causa do bem maior, que é a sua vida. O simples fato de existir já é uma grande motivação. Viva!

Você vai ver que além de esquecer sim da outra pessoa e não morrer por causa disso, você vai aprender a gostar mais ainda de quem nunca te deixará: o amor próprio.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

E hoje em dia como é que se diz eu te amo? (2)


O amor ficou vulgarizado, sendo confundido com sexo e atração. Além do que, as pessoas estão mais interessadas em receber do que dar, então é mais fácil "aproveitar" uma pessoa quando ela ainda te dá algo do que passar a dar também. Sem falar que princípios como honestidade, fidelidade e respeito já quase não existem mais.
Por outro lado, tenho certeza que ainda existem pessoas que acreditam no amor. Eu sou uma delas. Ainda acredito naquele amor de verdade, incondicional, que vai além de sexo e atração. E quando conto isso às pessoas, muitas vezes sou ridicularizado. Mas quer saber? Azar é deles. Ponho, sim, minha cara a tapa. E se todos os outros se impusessem ao invés de se esconder, talvez conseguíssemos mudar um pouco essa história.
Mas é muito complicado, os tempos estão mudando e as pessoas piorando. Infelizmente.

Quando as pessoas aprenderem que um relacionamento é uma interseção (como na matemática), e não uma união, elas entenderão um relacionamento. É interseção porque temos nossa vida como indivíduo, e uma vida em comum na união, e as duas tem que ser levadas paralelamente. O que acontece é que as pessoas confundem e unem tudo numa coisa só. Aí não há ser humano que respire!E os valores parecem estar meio perdidos... Mas tudo tem solução!

As estórias de desafetos sempre parecem mais estimulantes que as de sucesso. Uma inversão de valores mesquinha. É como se felicidade ofendesse os outros, sei lá. O feio é mais bonito que o belo. Bem estranho...

As mudanças de pensamento começam por dentro dos lares, não o contrário. As mulheres de verdade ensinam aos seus filhos como tratar de verdade uma mulher. E esse desamor que ronda as pessoas vem do afeto que não tiveram. Relacionamentos não são tapas buracos da alma. É compartilhar, "Conviver", trocar. Coisas desse tipo, sem cobranças.

As pessoas querem encontrar o amor na primeira esquina, ontem, cheias de afobação, pressa.
Mas se somos egoístas ao ponto de não reconhecermos as necessidades de quem está ao nosso lado, como podemos ter a cara de pau de EXIGIR amor?

E hoje em dia como é que se diz eu te amo?


Desde que nasci, vivo com dívidas. Dívidas de gratidão. Dívidas de reconhecimento. Dívidas que me incentivam a tentar fazer história, nem que seja escrevendo neste meu cantinho, lugar o qual chamam de blog.

Mas, diga-me, como vai você? E a família, todos bem? Escola/faculdade/trabalho, tudo na mais perfeita ordem? Espero que sim. Mas, qual a definição de ‘tudo bem’? ‘Tudo’ é uma palavra muito ampla, generaliza por demais. Ok, ok, quanto exagero. Perguntar não ofende e a boa etiqueta exige, correto? Claro, não discordo. Se me perguntam isto também darei a resposta-padrão, mas a verdade é que, raríssimos casos, ninguém está totalmente bem. Os motivos são os mais diversos: problemas amorosos (incluam-se ‘rolos, peguetes’ e outras denominações as quais não me recordo), familiares, acadêmicos, profissionais, patológicos, etc. Mas, enfim, ninguém precisa estar 100% para ser feliz, embora os pessimistas de plantão preguem em seus livros de auto-ajuda (estes autores partem da premissa de que todos precisam de sua ajuda ‘profissional’ quando eles próprios costumam precisar mais que nós) o contrário.

Muitos dizem que para uma pessoa ser feliz por ‘completo’ ela deve ter um bom emprego, um bom namoro/casamento, ter uma conta bancária ‘razoavelmente boa’ (no mínimo, óbvio), dentre outras tantas ‘dicas’. Mas, lhe pergunto: qual vida é 100% excepcional, um mar de rosas? Até acredito que existam, pois se não assim pensarmos quebra-se magia e perde-se o encanto e, uma vez quebrado, você pode até colar, mas sempre será um ‘quebrado-colado’! Sabem qual a maior causa de divórcios do Brasil, segundo pesquisa feita pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) cruzando dados do IBGE com o de cartórios? Dinheiro, ou melhor, a falta dele. Sim, money, din-din, bufunfa. Na primeira (ou segunda, terceira...) crise financeira de um casal (independente se dele ou dela) o casal já se desgasta, fica com vergonha de sua situação, dentre outros, e ali acaba uma bela história, só que sem final feliz. Evoco um pensamento do psiquiatra e escritor Augusto Cury:

“O dinheiro pode nos dar conforto e segurança, mas ele não compra umavida feliz. O dinheiro compra a cama, mas não o descanso. Compra bajuladores,mas não amigos. Compra presentes para uma mulher, mas não o seu amor.Compra o bilhete da festa, mas não a alegria. Paga a mensalidade da escola, masnão produz a arte de pensar.Você precisa conquistar aquilo que o dinheiro não compra. Caso contrário,será um miserável, ainda que seja um milionário.”

Mas que raios eu quis dizer com essa baboseira toda de pesquisa? Relaxa e goza que tô chegando lá, ok? Ok! Conclui-se que o que falta nas relações não é dinheiro, seja a falta ou o excesso, mas sim falta DEUS na vida e mente dessas pessoas, pois se O tivessem em seus corações saberiam que, antes de serem amantes, devem ser amigos, pois são os amigos que aparecem e se ajudam em todos os momentos , bons e ruins (na alegria e na tristeza!). Chegamos ao ponto do absurdo de pessoas dizerem que não devemos tratar as pessoas muito bem, que devemos destratar um pouco, ‘pisar’. Mulher de malandro? Depois as mulheres dizem que os homens não as tratam como devem. Recentemente li uma reportagem que relatava a fala de uma das participantes do BBB: “Carinho a gente recebe de pai e mãe, homem tem de dar é porrada na cama.” Diante disso, o que restará para nós?

Nas últimas semanas, não sei se por coincidência ou por acaso, várias vezes o amor esteve presente nas conversas. O amor ou a falta dele, na maioria das vezes. No horário de almoço, no barzinho da quinta-feira... às vezes faziam parte do assunto os casamentos fracassados, os mais ou menos sucedidos, os amantes, os casos de amantes ou de amor surgidos na empresa, as brigas de casais.

Nos últimos tempos, não consegui ouvir nem um relato feliz de amor. Será que estou rodeado por pessoas infelizes ou amores bem sucedidos estão cada dia mais raros?
Amores traduzidos em sexo barato, numa escada do shopping ou no banheiro de uma empresa. Brigas entre casais por divergências de opiniões. Mulheres casadas dizendo que sonham com um grande amor. Homens solteiros se divertindo com o desastre de casamentos ou namoros alheios. Namoros arrastados pela desesperança de encontrar um grande amor.
O que está faltando para nós?

PS: O título deste post é o refrão da música ‘Vamos fazer um filme’ – Legião Urbana.