domingo, 6 de dezembro de 2009

Quando um relacionamento não começa


No desenrolar de situações atípicas, você conhece uma pessoa. Com contribuições diretas e indiretas de pessoas e de ferramentas da Internet, tão presentes e totalmente inseridas em nossas vidas, o “jogo” continua. Inicialmente, você tem uma boa impressão dessa pessoa. É uma pessoa bonita e atraente. Detalhes que, há de se admitir, são aqueles que primeiro reparamos, haja visto que não conhecemos tal pessoa. Ok, até aí nada demais, já que pessoas bonitas “circulam” todos os dias em nossos meios, virtuais ou não, embora o virtual nem seja tão virtual assim, sendo cada vez mais real. Enfim, vocês começam a conversar com relativa freqüência. Começam a se conhecer melhor. A pessoa , que em um dado primeiro momento nos chamava a atenção pela sua “apresentação”, vai tomando forma como uma pessoa cada vez mais interessante e, ao que tudo indica, todos os sinais evidenciam em haver um interesse, e é recíproco. As coisas tomam seu rumo natural. Há o(s) encontro(s). Há o beijo. Há um “encantamento” por esta pessoa, em virtude, naturalmente, de qualidades que ela possui e que, sob nosso olhar, um olhar tão crítico e que sempre procura defeitos, talvez com algum receio do futuro, de repente passe a se focar tão somente em tais qualidades, mesmo porque não há sentido em buscarmos defeitos onde há graciosidade. O que nos tornam únicos, não são apenas as qualidades, pois viveríamos em um conto de fadas (e contos de fada em nossa realidade são entediantes!), são os defeitos, grandes e pequenos, junto com nossas qualidades, que nos tornam únicos. É uma somatória. Quando menos percebemos, estamos enroscados nesse encanto, mas é um encanto que nos permitimos entrar, conscientemente, afinal de contas, quisemos isso, o coração de pedra parece querer, enfim, amolecer. Coração este tão calejado, a ponto de você não se envolver facilmente com alguém. Ou então simplesmente porque você não costuma se envolver, calejado ou não. Cada um tem seu jeito próprio de ser, de agir, de lidar com as coisas, com os relacionamentos. Em nossas mentes é mais do que normal fazermos planos, imaginarmos situações futuras, mesmo que saibamos que sejam possibilidades. Fazemos isso, pois devemos pensar positivo sempre, não é o que os livros de auto-ajuda dizem em suas mensagens? Só há um detalhe: esquecemos de combinar esses planos com a outra pessoa! Pois bem, quando achamos que encontramos uma pessoa, idealizada ou não, mesmo que seja pra, quem sabe, se conhecerem melhor e quebrar a cara (ou não) no futuro, quando (pensávamos que) tudo se encaminhava pra um rumo natural das coisas (ao menos o nosso natural...), a linha dos acontecimentos muda completamente. Quando achamos que havia alguma espécie de conexão, começa a haver um distanciamento. De imediato, percebemos isso (ao menos falo por mim), mas tentamos contornar a situação. Não sabemos o que se passa na cabeça das pessoas, mas começamos a colocar nosso “advinhômetro” em ação, começando a supor as mais variadas hipóteses, entre elas a mais comum: sentimentos da pessoa pelo(a) ex em um passado recente, e que no momento essa pessoa queira curtir, se afaste de um eventual relacionamento. Decidimos respeitar o espaço alheio. Sim, apesar de desejarmos insistir, o semancol tem de prevalecer, sermos pessoas sensatas, adultas e nos colocar em nosso lugar, pois o lugar que queremos ainda não está disponível. Talvez nunca esteja, não ali. Será em outro lugar? Talvez, embora naquele momento desejemos que seja aquele, somente aquele. Esperança? É algo bom. Devemos ter, sempre, desde que seja algo sadio, nada desesperador, mesmo porque a esperança é um sentimento que, talvez, seja a única coisa que tenhamos para nos apoiarmos naquele momento, até que consigamos, com naturalidade, algo concreto pra substituirmos.Podemos ter criado expectativas tão somente por nossa “culpa”, ou mesmo tal culpa se deva às qualidades que vimos (e gostamos do que vimos!). De repente tudo não passou de uma fantasia de adolescente nossa. Ou não. Como diz o provérbio: “o tempo é o senhor da razão”. Pode ser clichê, mas é bem verdade. Fato é que muitos precisamos de um “choque de ordem” e devemos encarar a verdade. Experimente enfiar o dedo na “tomada da vida”. Quem sabe possa haver uma voltagem que te traga de volta? A corrente segue, e a vida também! =)

2 comentários:

Brena Braz disse...

É, MarcOs. Bem-vindo ao clube.

Pan P Bastos disse...

Belas observações. rssrrs Nota-se a enfase da natureza humana nos relacionamentos. exatamente. perfeito!